"Moça,
meu único problema é querer bem.
Sei tão bem a arte de gostar que às vezes desaprendo a arte do querer.
Se pareço reticente é porque as cicatrizes do ontem secaram por fora, mas ardem por dentro.
Não tenho medo de enfrentar o vazio da tua alma, as veredas do teu coração, não.
Mas eu me conheço: sou desastrado.
Posso quebrar, sem querer, um jarro bonito na sala de estar do teu peito.
Me afasto sem querer e quando vejo já estou em alto mar.
Entenda moça,
embora faça da solidão uma confidente diária,
sempre estive disposto a encarar teu oposto."
(Possidônio)