domingo, 12 de julho de 2015

como domar o caos?

essa confusão dentro de mim
que até então eu nem sabia que era tão evidente e alarmante assim
até que eu li essa palavra várias vezes em meus rascunhos
eu queria saber
eu queria não me perder
me sentir perdida
não queria
sem saber como fazer, como chegar, como lidar
e fazendo isso do jeito que dá, sem pensar

terça-feira, 26 de maio de 2015

Eu também te via toda hora. E te achava lindo.

Quando me dava conta do que estava fazendo, desviava o olhar. Mas a maior parte do tempo eu não me dava conta, fazia e só, como se automático. Como se meu cérebro estivesse divido em dois: um que controlava automaticamente minhas ações, outro que observava tudo ao meu redor, inclusive a mim mesma. Essa segunda parte viajava pra dentro de mim a partir do que via por fora, imaginava reações de situações que nada tinham a ver com aquele momento, fazia conexões loucas e confusas que só ela entendia. Eu estava cada vez mais introspectiva e precisei me apegar a um canudinho de pirulito pra sentir o físico, o real, pra voltar a terra.

Com os meus olhos fechados, eu não controlava o meu corpo, enxergava com os ouvidos. Formas geométricas psicodélicas em tons de marrom e preto dançando conforme o grave, o agudo, o trance na minha cabeça. Com os olhos abertos, sempre a procura de algo pra focar, um algo que na verdade não era nada, era só movimento. Eu gostava de prestar atenção no movimento do meu próprio corpo e das outras pessoas, mas como me manter focada na agitação?


E lá estava você. Não sei se pelo fato de estar perto de mim ou de realmente gostar de te ver, mas pouco do que me lembro, muito tem você. A parte automática do meu cérebro te viu rodeado de amigos, viu as pessoas dançando, outras me olhando. A parte viajante viu uma estrela fluorescente no meio da pista, viu um labirinto de mesas e viu você dançando com uma luz azul te cercando que brilhava seguindo seus gestos. O tom azul pode ser facilmente explicado pelas luzes negras que estavam ali na festa, mas eu senti: era uma energia muito forte que você emanava. Se não fosse, meus olhos não te seguiriam.

Eras também o meu canudinho do pirulito: quando viravas em minha direção, eu me dava conta de que estava te observando e gastando há tempos, me dava conta de que tinha me perdido na sua energia; que não sei se foi verdade ou alucinação, só sei que foi bom. E continuei
dançando.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Desamor

Ela pensa nele
desde quando ficaram pela primeira vez

Ele pensa nela
antes mesmo de ficarem pela primeira vez

Ela gostou e quis repetir
Ele gozou e se perdeu por aí

Ela achou que ele fosse cafajeste
e que seria só mais uma

Ele achou que ela fosse vim atrás dele
e esperou, esperou, esperou

Toda vez que ela o via,
uma faísca acendia
mas ela resistia

Toda vez que ele a via,
um fogo ardia
mas decidiu que disfarçaria

Ela não sabia o que ele sentia
Ele não sabia o que ela sentia
Os dois sentiram tanto
depois, sentiram muito
o receio foi mangueira
apagou o que poderia ter sido
um incêndio

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2015 feliz

O cara por quem se apaixonou,
viciou e disse que não queria nunca mais vê-lo:
foi o primeiro conhecido que encontrou depois da virada do ano.

Passou o dia primeiro inteiro fumando,
quando decidiu que ia reduzir os cigarros:
melhorar a saúde,
melhorar o condicionamento físico.

Percebeu que a virada assim como todas as outras datas
são só datas
alegorias
inventadas
por nós, humanos
para determinar alguma coisa que não sei
mas tem algo de cultura, tradição, economia
tudo junto assim
coisas inventadas
por nós, humanos

A mudança não é repentina
a maturidade nada tem a ver com idade
o jeito como lidamos com as coisas da vida
não cumpre prazos

A evolução deve ser trabalhada dia-a-dia
até seu estopim e continuar
porque ela não obedece ao calendário
ela simplesmente acontece
às vezes muito cedo
às vezes muito tarde
mas sempre na hora certa