sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

bucolismo

Individualistas e egoístas
Assim fomos ensinados a ser
Depressivos e sofridos
É assim que estamos
Vigiados incessantemente
Controlados passivamente

Estendi a canga na sombra de uma árvore
À frente, Focault me convence de sua loucura
Ao lado, amigáveis universos em crise
Sonhando junto com o caos e pensando junto na esperança
O ar rarefeito indica a necessidade de se buscar a paz
Evitando a normalidade das prisões visíveis e invisíveis
Do constante estado de vigilância
E o medo impregnado da punição

Derrubaram o avião
Muitos questionam a capacidade de assassinato
Brigam, se ofendem, doidos hipnotizados
Por genocidas e outros exploradores de pecado
Derrubaram o avião
Assim como derrubaram outros aviões
E outros governos só para atrasar a queda de um sistema
ineficaz que finge ser solução quando é todo problema

Hoje eu quero permanecer pacífica
Não vou lutar numa guerra que não é minha
Mergulhar na represa
Receber um beijo solar na minha testa
E uma lambida do vento na minha face
O corpo arrepia, a retina brilha
O pensamento tranquilo não acompanha o coração irrequieto
Estar assim é o certo do incerto
Um inseto marronzinho miudinho pousou no meu dedo
Depois voou.

Das Vantagens de Acreditar

A paranoia deforma
E cria monstros imaginários.

A obsessão prende
E causa perseguição de nadas.

A insegurança atrofia
E paralisa qualquer melhoria.

Confiar em quem amamos
Evita perdas e danos.

- Qila Nobre Santos -