Cansada dos tropeços, das expectativas frustradas, da
acomodação, da rotina, de se sentir só mesmo em companhia. Sua cabeça estava cheia, seus pensamentos
confusos, as pessoas iam e vinham, algumas ficavam, a maioria só passava. Não
sabia o que fazer com o que decidira fazer da vida. Não era uma relevância na
vida, não ia a lugar nenhum, não estava disposta, simplesmente existia. Não que
ela quisesse, mas não sabia onde perdera sua inspiração.
Suplicou quase como uma oração:
- Me deixa em paz...
É, assim, sem exclamação. Não era um fim. Não era uma ordem, era um
pedido. Um pedido que não vinha do mesmo lugar que o desejo, nem do coração.
Vinha da alma. E com reticências, esperando que alguém a completasse, não a
frase, mas a si própria. Era a deixa pra
um começo. Ela queria um bom começo.