Sobre a saudade: prefiro evitar o pensamento pra evitar o sofrimento.
Eficácia: conseguindo aos poucos.
"Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer." (Martha Medeiros)
domingo, 27 de julho de 2014
Dia chuvoso II
Vontades não saciadas
Palavras não ditas
Olhares desavisados
Julgamentos precipitados
Chuva. Frio.
Uma velha cega que caiu e quebrou o fêmur
Gritaria, desespero
'Médico só segunda'
Mais frio. Mais chuva.
Ilhéus, 21º C
50% chuva, 94% umidade do ar, vento a 11 km/h
Condições favoráveis para o suicídio.
Dia propício para pessoas frias.
Planos inundados
Mentes depressivas
confusas e obsessivas
confusas e obsessivas
Um ótimo dia pra não sair da cama
Um belo dia pra morrer
Onde estão meus cigarros?
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Segundo o historiador Vaclav Smil
Antes, usávamos o mesmo aparelho telefônico por 20 anos. Agora temos um novo a cada seis meses. Jogamos fora bilhões de equipamentos todos os anos. E isso não faz sentido algum. Para tornar as coisas mais sustentáveis, precisamos ser mais radicais e reformular a forma como consumimos.
Algumas pessoas consomem muito e ainda há muito desperdício. Ninguém precisa comer um bife de 100 gramas todos os dias. Assim como ninguém precisa ser vegetariano. Podemos comer menos e diversificar a alimentação.
Em algum momento, os recursos vão ficar mais caros, as questões ambientais complicarão a situação e possivelmente teremos novas crises econômicas. A maioria dos países tem altos níveis de consumo de água. Isso fará com que esse recurso fique mais caro no futuro, assim como já é no Oriente Médio.
Todo país quer e precisa crescer. Mas nenhuma nação quer crescer 1% ou 2%. A meta chinesa tem dois dígitos. E, para conseguir isso, a maioria das economias se pauta pelo consumo. Nesse sentido, a eficiência e a inovação tecnológica na verdade acabam fazendo parte do problema no momento em que criam novas necessidades.
Não é uma questão de buscar o desenvolvimento humano. É uma questão de ser o primeiro animal na cadeia. Ainda há milhões de chineses pobres, enquanto uma fatia da população vive melhor do que americanos ricos.
É a única saída que temos. Precisamos de um sistema em que a busca é pela qualidade de vida, não pelo crescimento econômico.
Esqueça a noção de país. Hoje tudo é global. Se eu quiser comprar um avião grande, existem apenas duas empresas — Airbus e Boeing. Se for pequeno, também só duas — Embraer e Bombardier. Pensar em ações locais é coisa do século passado.
O desenvolvimento atual tem como base a lógica global. Se você pensar em máquinas de colheita, existem pouquíssimas empresas. Esses oligopólios comandam o mundo e são eles que podem fazer a diferença.
O consumo é uma ferramenta para mostrar que estamos à frente socialmente. Quando saio de casa com meu Honda velho e meu vizinho está com sua Mercedes-Benz nova, ele olha para mim com ar de superioridade. Somos animais buscando uma gradação social. É isso.
As pessoas seguem comprando brinquedos a vida toda para mostrar superioridade. É o carro maior, a casa maior, milhões de aparelhos eletrônicos. Para quê?
Algumas pessoas consomem muito e ainda há muito desperdício. Ninguém precisa comer um bife de 100 gramas todos os dias. Assim como ninguém precisa ser vegetariano. Podemos comer menos e diversificar a alimentação.
Em algum momento, os recursos vão ficar mais caros, as questões ambientais complicarão a situação e possivelmente teremos novas crises econômicas. A maioria dos países tem altos níveis de consumo de água. Isso fará com que esse recurso fique mais caro no futuro, assim como já é no Oriente Médio.
Todo país quer e precisa crescer. Mas nenhuma nação quer crescer 1% ou 2%. A meta chinesa tem dois dígitos. E, para conseguir isso, a maioria das economias se pauta pelo consumo. Nesse sentido, a eficiência e a inovação tecnológica na verdade acabam fazendo parte do problema no momento em que criam novas necessidades.
Não é uma questão de buscar o desenvolvimento humano. É uma questão de ser o primeiro animal na cadeia. Ainda há milhões de chineses pobres, enquanto uma fatia da população vive melhor do que americanos ricos.
É a única saída que temos. Precisamos de um sistema em que a busca é pela qualidade de vida, não pelo crescimento econômico.
Esqueça a noção de país. Hoje tudo é global. Se eu quiser comprar um avião grande, existem apenas duas empresas — Airbus e Boeing. Se for pequeno, também só duas — Embraer e Bombardier. Pensar em ações locais é coisa do século passado.
O desenvolvimento atual tem como base a lógica global. Se você pensar em máquinas de colheita, existem pouquíssimas empresas. Esses oligopólios comandam o mundo e são eles que podem fazer a diferença.
O consumo é uma ferramenta para mostrar que estamos à frente socialmente. Quando saio de casa com meu Honda velho e meu vizinho está com sua Mercedes-Benz nova, ele olha para mim com ar de superioridade. Somos animais buscando uma gradação social. É isso.
As pessoas seguem comprando brinquedos a vida toda para mostrar superioridade. É o carro maior, a casa maior, milhões de aparelhos eletrônicos. Para quê?
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Alta Tensão - Bruna Lombardi
eu gosto dos venenos mais lentos
dos cafés mais amargos
das bebidas mais fortes
e tenho
apetites vorazes
uns rapazes
que vejo
passar
eu sonho
os delírios mais soltos
e os gestos mais loucos
que há
e sinto
uns desejos vulgares
navegar por uns mares
de lá
você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.
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