Queria poder viver isolada
Dentro do mato, vivendo do ato
Mas o destino me fez bicho do asfalto
Onde ganha primeiro quem fala mais alto
Anda ligeiro, não olha pro lado
O ser adestrado, agoniado
Alma mutilada num corpo sedado
Vivendo entre ratos humanizados
E humanos bitolados
Aglomerados em gaiolas sem cadeado
- paralisados -
Entre vagar em pensamentos rasos
E se desgastar em prazeres baratos
Sucumbem facilmente por alguns trocados
Vendem sua mentes, pagam o pato
Dentro do ato, vivendo do mato
Ah...
Eu produziria minha própria energia
Plantaria minha própria comida
Os prazeres mais simplórios, celebraria.
Viajaria através do vento
Me perderia pelo silêncio
Rupturas e renúncias trazendo renascimento
Na contramão, vivo no ódio sangrento
Absorvendo frutos fétidos e fetos podres
Crescidos nas cidades de enxofre
Desmatam, poluem, montam seus circos de horrores
Aumentam seus lucros, triplicam as dores
Não importa o lado, sigo oposição
Sociedade decaída
- moral falida, lógica genocida -
A caminho da extinção:
Que rufem os tambores!
~~ PORTO SUL NÃO ~~