sábado, 6 de julho de 2019

O desjejum

Gosto quando dizes disparates,
quando fazes asneiras, quando mentes,
quando vais às compras com tua mãe
e chego atrasado ao cinema por tua culpa.
Gosto mais quando é meu aniversário
e me cobres de beijos e bolos,
ou quando estás feliz e dá para notar,
ou quando és genial com uma frase
que resume tudo, ou quando ris
(teu riso é uma ducha no inferno),
ou quando me perdoas um esquecimento.
Mas eu ainda gosto mais, tanto que quase
não posso resistir ao tanto que te gosto,
quando, cheia de vida, despertas
e a primeira coisa que fazes é dizer-me:
“Estou morrendo de fome esta manhã.
Vou começar por ti o desjejum”

Luis Alberto de Cuenca –