porque o peso
das minhas ideias
precisa escorrer;
porque as minhas veias
estão cheias
de sentir sozinhas;
porque nas tramas
da vida eu sou
narrador-personagem;
porque as minhas resoluções
não são só minhas,
são universos coletivos;
porque o espaço
que a minha palavra conquista
é representatividade;
porque a dor ensina
e todo conhecimento
precisa ser de todos;
porque há quem leia,
há quem sinta,
há quem precise;
porque a minha obra-prima
é a minha vivência
de poeta-pessoa-escriba;
porque eu sou esponja do mundo,
e é preciso esvaziá-lo
de inundações.
[Guilherme Aniceto]