terça-feira, 15 de outubro de 2019

Eu escrevo

porque o peso
das minhas ideias
precisa escorrer;

porque as minhas veias
estão cheias
de sentir sozinhas;

porque nas tramas
da vida eu sou
narrador-personagem;

porque as minhas resoluções
não são só minhas,
são universos coletivos;

porque o espaço
que a minha palavra conquista
é representatividade;

porque a dor ensina
e todo conhecimento
precisa ser de todos;

porque há quem leia,
há quem sinta,
há quem precise;

porque a minha obra-prima
é a minha vivência
de poeta-pessoa-escriba;

porque eu sou esponja do mundo,
e é preciso esvaziá-lo
de inundações.

[Guilherme Aniceto]