terça-feira, 20 de agosto de 2013

Tá na capa da revista:






Eu ouço rock mas não me visto de preto, eu namoro mas não estou em um "relacionamento sério" no facebook, eu como sushi mas não tiro fotos da minha comida, eu vou em muitas festas mas não posto fotos de 5 em 5 min na minha timeline, eu sou cidadã mas não fico escrevendo indiretas descartáveis pra partidos nem políticos. E me condenam. Me condenam como sou: porque sou e não pareço ser.

A imagem valendo mais que o conteúdo, nada anormal. Não sei se eu tô crescendo e vivendo as coisas como realmente são ou se as pessoas ficaram supérfluas com o passar dos anos. O fato é que "ser" já não tinha tanta importância como "ter" e hoje em dia nada disso vale perto do "parecer".

É a tendência do fingimento. Finjo-me de revolucionário só pra aparecer na tv, faço-me de apaixonado mas é só pra mostrar pros outros que tenho namorado. Tiro várias fotos em baladas e com muitos "amigos", lugares sem graça com pessoas vazias, mas o que tá valendo são os "likes" que vão dar. 
É, virou tendência, moda primavera-verão-outono-inverno, e até um valor moral, uma tradição fingir que sabe muito de alguma coisa, fingir que faz aquilo lá, fingir ser o que não é. Fingir.

Observo que muitas pessoas nem sabem que são "vítimas" do pop. Virou costume buscar uma imagem, essa imagem que dá a sensação de ser popular, uma pessoa admirável... uma falsa sensação. Porque não se admira o que não existe. (piadinhas ateias pra depois, entendedores entenderão)

Talvez fosse preciso abrir os olhos de alguns adeptos a essa "moda", criticá-los, ser irônico mas o argumento muito esclarecedor e super válido dessas pessoas seria: "isso tudo é recalque da zinimiga que não recebe like e não manja das potarias".

Talvez isso aqui seja um apelo de uma pessoa que quer muito ter esperança na humanidade mas só se decepciona. Porque é frustante ser curioso num mundo que se vive de aparências. - Nunca saberei o que é real e o que é falso. Frustante, eu sei. - Frustante mergulhar fundo na vida, nas pessoas e perceber que são todas rasas.

Bem vindo a sociedade das aparências, fique à vontade mas cuidado: o pop não poupa ninguém.