quarta-feira, 24 de agosto de 2016

pelo direito de ser um deus. esse direito agora é meu.


Somos a parte do universo que se tornou consciente de si mesma. Não sei se é a verdade, mas é uma verdade que uso para me engrandecer, para me orgulhar e não me entregar.

Me entregar a quê?
A essa insanidade lúcida que é a sociedade: acordar cedo pra ficar dez horas trabalhando, ter uma vida mediocremente confortável sem reclamar, ou até reclamando, mas sem fazer nada a respeito.
Ou a essa lucidez insana que é estar desajustado e até conseguir lutar contra o preconceito, contra o pensamento e comportamento padrão, mas se sentir perdido a ponto de não mais suportar esse fardo e se jogar em tentação.

Porque outra verdade que tomo como minha é que se você olha para o abismo, ele olha direto pra você. E esse convite de voltar ao nada é tão tentador como o de ser o tudo. E apesar de ter esses pensamento obsessivos, de estar em constante flerte com a morte e me considerar uma suicida em potencial, nunca cheguei perto de tentar nada.

Por orgulho.
Gosto tanto de pensar que sou dona de mim mesma, que, por saber que as maiorias das decisões da minha vida não dependem de mim, mas de outros que nem sabem da minha existência, me sinto um tanto aliviada por só eu mesma controlar minha mente.
E tudo que se torna nocivo a mim, eu os culpo. Se tenho essa vontade mortal, é culpa deles. E por causa deles, eu não vou sucumbir, não. Através deles que eu vou expandir. Usando-os para evoluir.

Chego a pensar que o suicídio é um luxo, vaidade. Coisas que não tenho. Pessoas dependem de mim. São nessas pessoas que penso quando não sei mais o que pensar.
Os pensamentos ruins, meus monstros internos sempre me acompanharão, eu sei, mas nunca tomarão a frente de controle. nunca. Me usem. me estuprem. me espanquem; mas só me derrubarão se eu me deixar ser derrubada.