Por uma injustiça histórica,
o negro foi escravizado, animalizado
"Raça inferior e amaldiçoada"
Argumentos de uma religião controlada
E de uma ciência privatizada
Era colonial, racismo atemporal, fruto do capital
Para alguns lucrarem, muitos devem ir mal
Branco europeu pra cá veio explorar
Negro africano, coagido, veio de lá
Marginalizado, sem política social
Morrendo nas periferias, como se fosse banal
Sem escola, nem universidade
Sem bons empregos... nenhuma novidade
Racista se diz superior, pensamento alienado
Na real, preto é só uma cor, mas traduz a dor
De quem precisa ser explorado, condenado
Pros senhores continuarem no pecado
Do consumo exagerado e do ócio privador
Dinheiro manchado de sangue
pra suprir comodidades
O ouro reluz, seduz, mas não se engane,
quanto maior a riqueza, maior a crueldade
Um sistema que me impõe conceitos ultrapassadospra suprir comodidades
O ouro reluz, seduz, mas não se engane,
quanto maior a riqueza, maior a crueldade
Me quer condenada ao antiquado
Um passado que não passou,
pelos grandes burgueses se instalou
Nas mentes pequenas de quem se acomodou
A PM que só violenta preto e pobre:
Esse alto índice de morte é fascismo
Irmãos sofrendo nas mãos do racismo
Meu campo de batalha é a rua
Sou mulher, negra, periférica, essa é a minha luta
A polícia quer me coagir, o Estado, me punir
E a mídia quer me confundirmas sou dona de mim,me livrei do mercado
Não tenho preço, meu prazer não é pecado
Longe de esteriótipos, não sou santa nem puta
Pensamento limitador não condiz com minha conduta
De consciência tranquila, alma leve, continuo atuando
Corpo fechado, mente aberta, sexo pulsando
Não vou me deixar escravizar, tampouco me padronizar
Pela ditadura estética que só quer me clarear
Orgulho de África, aceito minha raiz
Levanto a cabeça, não vou sucumbir
Viver e não ter a vergonha de ser feliz...