quinta-feira, 10 de agosto de 2017

racionalizar para atuar

em que parte dessa dinâmica estamos? e ao reconhecer esse ponto, usá-lo como partida para a transformação que buscamos. em que momento do capitalismo estamos inseridos? a qual fase socio-econômica estamos impostos? como andam nossos direitos e deveres sociais? existe de fato a cidadania ou a democracia? como nos comportamos coletivamente? o que espera e faz o nosso individual? em que teoria basearemos nossas ações?


Hoje eu sugeri a um conhecido montarmos um grupo de estudos anarquistas, já sei como é difícil unir um grupo de estudos ainda mais voltado a essa temática, há muitos interessados para pouca articulação. Mas ficamos animados, subversivos do status quo e revolucionários de todos os locais e tempos devem sempre contar com a insuficiente quantidade de pessoas comprometidas de fato com a causa.

Mais tarde durante a aula de evolução do capitalismo, o professor fez uma citação a Bauman e a modernidade líquida, exemplificou falando como somos bombardeados de informações através da mídia e da internet e o quanto isso não nos deixou mais intelectuais, pelo contrário, nos burrificou, somos uma multidão de defensores de opiniões sem conhecimento algum. Ele fez essa correlação para explicar como o capitalismo não foi uma coisa dada pronta e validada imediatamente, mas um sistema dinâmico de transformações sociais e econômicas no decorrer da história humana, e se consolidando até hoje ao se adaptar de acordo com as necessidades e contexto de cada época. Não adianta querer derrubá-lo só por derrubar, se faz necessário um conjunto de entendimentos e processos para se desenvolver um outro conceito de sistema político-econômico.

Foi aí que eu lembrei do grupo e percebi que precisamos ser realistas ao criar nossa teoria se de fato aspiramos grandes mudanças. A utopia é muito gostosa de se apegar, ela nos mostra um lugar lindo e harmonioso em meio ao caos e a irracionalidade. Mas ela só serve como um horizonte distante, em que temos que correr atrás, nos servir como base no presente para um resultado no futuro o qual nem vivenciaremos. Não adiantar se moldar com base numa teoria que não dará certo, que é fraca. Falo dos comunistas cegos que defendem uma posição que não é viável atualmente, por exemplo, se baseiam em conceitos importantes mas se apoiam em modelos antigos que não nos cabe mais. Na maioria das vezes nossas intenções são as melhores possíveis, pautadas na solidariedade e liberdade, mas nossas ações são ineficientes e rasas. Por isso facilmente nos tornamos massa de manobra.

É preciso estarmos cientes do momento histórico em que estamos e conscientes do nosso papel para sermos eficazes em nossas ações. Isto é, pesquisar, estudar, refletir e entender quais variáveis envolvidas nesses processos e de que forma podemos agir com um alto custo-benefício (rs). Saber em quem e no que podemos confiar para progredir, quais valores e princípios podemos transcender. A vida não é dada pronta, é dinâmica, a evolução, universo em expansão, sociedade em desenvolvimento e estamos no meio disso, contextualizados, conectados, muito longe do fim.