quinta-feira, 19 de julho de 2018

As tardes de te amar sem medo.

Atrás de um grande amor que passou
outro grande amor
e outro ali, numa foto queimada
que paira aqui.
E a memória transa saudades na lembrança
do amor passado
idealizado
como o sonho bonito
que ninguém sonhou.

A mente inflama
e depois apaga
logo mais retorna
e você não sabe
se o silêncio é sorte
se é chão de morte
o cessar da chama.

E a tentativa forçada e vã de choro é pior que o choro.
O jeito que ela se encaixava em você.
E adormecia sempre primeiro.
E como aquilo tudo foi ainda tão pouco?
Aquele ser infeliz ao lado dela, desejando não estar?
Era eu.

E aí as pernas ficam dormentes.
E é como a morte em vida.
E vai chegar o dia em que vocês estarão no supermercado
e se encontrarão num tedioso acaso,
mas olharão um para o carrinho do outro
tudo vai fazer sentido
nada vão estar sentindo
só inveja daqueles ovos
daquelas cervejas em promoção
aquele dia de amor na piscina
naquela tarde, ela disse que não.

E as flores que você mandou
as ruas bonitas de Buenos Aires
o latido do cachorro quando chego
o orgulho dela ser tão doce
os quebra-cabeças nunca montados
as tardes de amar sem medo
Ah, as tardes de amar sem medo!

Patrícias
Carolinas
Agora, quem são?

O jeito como ela me olhava.
O carnaval de nós dois
o barulho que o amor fazia
o calor quando você entrava
o frio quando a dor rangia
os programas imbecis na televisão
e o peito entalado na garganta
o choro doído de não ter volta
a vontade de pular da cama
de pular da ponte
de gritar seu nome
e dizer depois que

Obrigado.