sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Uma pedra que rola

Ela passou a tarde assistindo séries, combinou uma saída com os amigos, se masturbou duas vezes, tomou banhou, ouviu sermões calada, se perfumou e saiu. Encontrou um amigo no meio do caminho, fumou, conversaram sobre dragon ball, riram, ela perguntou as horas. Eram seis e meia. Se lembrou que ainda ia comprar o presente de natal da mãe, se despediu e se foi.
Ele esteve na cidade vizinha, precisava tirar cópias de documentos de transferência. Encontrou alguns amigos, fumaram, jogaram conversa fora, assuntos cheios de conteúdo mas totalmente aleatórios. As melhores conversas são assim. Foi pro ponto de ônibus, esperou, esperou, comprou um gudã. O ônibus passou, voltou pra sua cidade. Eram seis e meia quando chegou no lugar de sempre pra encontrar com a galera de sempre e passar a noite como sempre: fumando, amigos, resenhas atéeee... ficar tedioso.
O outro trabalhou das oito da manhã até quatro da tarde. Comprou o leite e as fraldas da filha, foi em casa, brincou com a filha, deu um beijo na mulher, depois de meses, pegou a prancha e foi pro norte da cidade. Uma praia tranquila com altas ondas. Só não ficou mais porque escureceu. A lua estava minguante. Quando saiu do mar, olhou o relógio, marcava seis e meia. Tomou um banho, pensou naquela menina, se masturbou, saiu por aí. Encontrou com ela, seu vício não era droga, era mulher. Conversaram, riram, fumaram. Corações alegres, partidos, magoados, saudosos, curiosos. Se beijaram e ele voltou pra casa.