sexta-feira, 29 de julho de 2016

sem nome, nem fim ainda


diziam eles
é melhor não ser ninguém
não ter verdade alguma
e estar sempre preparado
para verdade nenhuma
coisa sensata
diziam eles

mas o que me sobra pra ser?
em que devo acreditar?
a quem destino esse desatino
que não é de ninguém?
não sei ser, nem não ser
e me entrego ao total desconhecido

quisera eu ter tantas convicções
e não me afogar em angústias confusões
ora fosse alguém
cheio de certezas
talvez banais fossem elas
talvez débil fosse eu
menor seria meus lamentos?