a mágoa presa na garganta do que se foi
a saudade antiga do que ainda não se viveu
o silêncio agudo que me atravessou o peito
o grito mudo do que ficou por dizer
o pensamento ínfimo que me acalmou
o novo sentimento sob velhas auroras
o clima ameno depois que o sol se pôs
o horizonte em raios de luz que resiste ao breu
a culpa honrosa que julga defeitos
a fala misericordiosa que veio acolher
o beck aceso na roda que me iluminou
a ideia mirabolante que surgiu
uma nova ideia que me fez esquecer
da dor, da anterior, da flor
o delírio em que eu estava entretida
o devaneio que me fizera perder o ponto
o ponto em que eu ia descer do ônibus