domingo, 7 de janeiro de 2018

terroristas de nós mesmos I

Uma insegurança que finge
ser segura onde está:
parada, imóvel, sem impulso.
Rotina; o pulso inerte da vida.

Desistência antes mesmo da tentativa,
planejamento que não vinga,
percepção submersa em morfina.
Uma manta de proteção vazia

Um passo a frente do adversário,
prevendo o resultado,
toma-se a melhor atitude:
permanecer-se parado.

Parece ajudar em evitar
que o imprevisível aconteça.
Uma jogada estratégica,
encenação amadora, peça por peça...

Ser firme em não ter opinião
para não ser contrariado.
Construir bases no nada
para não ser criticado.

Não tomar posição
é de bom grado
para espírito bitolado.
Abster-se é ser controlado.

Toda inação é ilusão,
falsa sensação de pertencimento.
O equilíbrio está justamente
no movimento:

Intervir, sugerir e resistir.

O que te move?
O que te leva a luta?
O que te traz à vida?
O que te sugere à morte?